quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Vamos dividir o Brasil em Norte e Sul?

Foram tantos os pedidos e tão sinceros, que imaginamos como seria se o Brasil virasse dois países, porém a separação é cruel  para um famoso casal de Brasilia, Eduardo e Monica.
Dizem que os opostos se atraem e esses dois não poderiam ser mais opostos.
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, de Van Gogh e dos mutantes, de Caetano e de Rimbaud, já ele gostava de novela e jogava futebol de botão com seu avô, em comum um desejo, sair de Brasilia.
'Não aguento mais isso aqui, sempre as mesmas pessoas, os mesmos papos, e tem tanta coisa diferente para ver por aí, a Amazônia, cara, não entendo esse pessoal que viaja para Miami e nunca foi a Manaus... desabafou Mônica entre um gole de conhaque, quando eles se conheceram.
'Não conheço o Brasil muito bem, admitiu Eduardo, com um sorriso tímido, mas pensei nisso quando visitei o Mini-mundo lá em Gramado na Serra Gaúcha, conhece? é um parque com miniaturas, maquetes e atrações de vários países.
Mundo, mundo, vasto mundo...declamou a moça.
Mais vasto é o meu coração, completou o rapaz.
Agarraram-se por ali mesmo.
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato...mas nada de viajar, primeiro porque ele precisava terminar o curso de Medicina, depois o avô dele ficou doente, aí a Mônica ficou gravida de gêmeos, a grana ficou apertada, passaram por uma crise, mas aos poucos as coisas voltaram ao normal e nenhum deles se lembrava da ideia de mudar de cidade.
Até que mais uma eleição presidencial rachou a nação, foi quando vieram as manifestações, o plesbicito e a bomba: O Brasil ia se dividir em dois e cada dos quase ex brasileiros deveriam informar de qual pais seria então, Brasil do Sul, ou Brasil do Norte, e com a divisão territorial, uma capital no planalto central deixaria de ter sentido, o Distrito Federal seria extinto.
Eduardo tinha a impressão de ter sido atropelado por um onibus, nunca gostou de política e tinha acompanhado o desenrolar do plebiscito com ceticismo. Separatismo no Brasil? nunca jamais.
Como isso aconteceu? murmurou folheando o jornal.
Tristeza, Eduardo? você não vê?  È a nossa chance, o empurrão que faltava para termos a vida dos nossos sonhos.
Mônica esta radiante quando falava de magia e meditação, lá no começo do namoro, o conhaque, a festa estranha, o beijo o mini-mundo, Eduardo sentiu o coração bater mais forte, Mõnica estava certa, sim ela gostaria de morar na Serra Gaúcha, ou de experimentar a vida frenética de São Paulo, melhor ainda a cidade maravilhosa.
Eduardo preste atenção, vai ser incrível, pense só, Bahia Pernambuco Amazônia.
Como assim?
Ele tinha argumentos, no Sul estava a maior parte do PIB, a melhor infraestrutura, o agronegócio, o pré sal.
Temos que pensar nos meninos, onde estão as melhores escolas e universidades? conclui ele.
Mônica rebateu: No Norte era onde o PIB mais crescia, onde os produtos de exportação eram mais competitivos e o turismo poderia sustentar uma grande parcela da população.
Mas Eduardo tinha um pé na hipocondria e desenhou um outro cenário: Se algum de nós adoecesse? teríamos que ir a outro pais para conseguir atendimento de ponta.
Preciso te lembrar que sou médica, Eduardo.
Em poco tempo a conversa foi esquentando e virou bate-boca, com direito a acusações de: Coxinha, Petralha, Reaça, e Comuna, fotos foram rasgadas e foram feitos bloqueios no facebook.
De manhã Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado e viu que horas eram, enquanto Mônica tomava um conhaque no outro lado da cidade.
Alguns amigos acham que assim como o Brasil, eles também vão se separar, mas todo mundo diz que ele completa ela e vice versa, que nem feijão com arroz.                                                 Super Interessante


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