quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

 - Quem escreveu a Bíblia?   Em algum lugar do oriente Médio, por volta do século 10 a.C, uma pessoa decidiu escrever um livro, pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1000 anos seguintes, outras pessoas continuaram reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do Islã. Mas quem escreveu afinal o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essa pessoas? Como criaram o enredo e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na bíblia deve ser levado ao pé da letra? A resposta tradicional você já conhece: Segundo a tradição judaica cristã, o autor da bíblia é o próprio Todo poderoso. Porém a verdade é um pouco mais complexa que isso.
A própria igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas, a Palavra do senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais, e como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontra-los está na própria bíblia, mas ela não é um simples livro, imaginem as Escrituras como uma biblioteca inteira que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os cinco primeiros livros do antigo testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obras do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel e assim por diante. Hoje a maioria dos estudiosos acreditam que os livros sagrados foram um trabalho coletivo.
A bíblia se transforma, mas uma coisa não muda: cada pessoa ou grupo de pessoas a interpreta de uma maneira diferente e as vezes com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da teoria da Evolução em escolas nos EUA, sendo que a própria igreja aceita as teorias de Darwin desde a década de 1950. Lideres como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros e no Oriente Médio, rabinos extremistas usam trechos do Torá para justificar a ocupação das terras árabes. Porque? Porque está na bíblia, dizem os radicais, mas não é nada disso. Hoje os principais estudiosos afirmam que a bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais, e sim como relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços do ser humano em busca de Deus. Porque esse é afinal o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regadas a 3 mil anos por centenas de mãos, de cabeças e de corações humanos, num sentido transcendente da existência.

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