quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Bruxa.  Quando eu era garoto acreditava em bruxas, assim como os meus amigos, elas seriam mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquiando coisas perversas. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim da rua. Seu nome era Magali, mas nós a chamávamos de 'bruxa'. Era feia, uma gorda enorme os seus cabelos pareciam palha, o seu nariz era comprido e tinha uma verruga no queixo. Ninguém tinha entrado em sua casa, na nossa imaginação ela ficava lá dentro preparando venenos num caldeirão. Nossa brincadeira predileta era ficar azucrinando ela quando saia para fazer alguma compra no armazém, ficávamos gritando bruxa bruxa. Um certo dia encontramos no meio da rua um cachorro morto, a quem pertenceu aquele animal ninguém sabia, mas logo resolvemos coloca-lo na casa da 'bruxa'. Naquela manha ela tinha deixado semi aberta uma  janela da sua casa e resolvemos que era por ali que colocaríamos o cachorro morto. Sob o comando do Reinaldo que era nosso líder levantamos o bicho e o levamos até a janela da casa da 'bruxa' tentamos coloca-lo para dentro, mas o bicho estava pesado, Vamos logo gritava o Reinaldo antes que a 'bruxa' apareça, e ela apareceu, a porta se abriu e lá estava ela empunhando um cabo de vassoura e rindo saímos correndo. De repente enfiei o pé num buraco e cai, gemendo tentei me levantar mas não consegui pois a minha perna tinha se quebrado e a 'bruxa' caminhando com dificuldade com o cabo de vassoura na mão se aproximava cada vez mais, os meus amigos tinham sumido, ninguém poderia me ajudar e eu pensei: Pronto agora a 'bruxa' vai descarregar a raiva em mim. Em dado momento ela estava sobre mim transtornada de raiva, mas viu a minha perna e instantaneamente mudou, agachou-se junto a mim e começou a examinar a minha perna com uma habilidade surpreendente. Esta quebrada disse logo em seguida, mas não se preocupe sei fazer isso, eu fui enfermeira durante muitos anos, trabalhei em hospital, confie em mim. Dividiu o cabo da vassoura em dois pedaços e com o seu cinto de pano improvisou uma tala, imobilizando a minha perna. A dor diminui muito e amparado nela me levou até a minha casa, ao chegar lá disse pra minha mãe: Chame uma ambulância. Depois tudo ficou bem, engessaram a minha perna e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então deixei de acreditar em bruxas e me tornei grande amigo de uma senhora que morava na minha rua, uma senhora muito boa que se chamava; Dona Gertrudes.

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